sábado, 1 de junho de 2013

PMDB ameaça, mas não deve romper com Dilma

Embora haja problemas de relacionamento na Câmara e no Senado, além de dificuldades de aliança em seis Estados, Dilma e o PT devem começar acalmar os ânimos entre os aliados
01/06/13, 19:40
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ema recorrente de dez entre dez colunas políticas da grande mídia, o esfriamento nas relações entre PT e PMDB não deve prejudicar o projeto de reeleição da presidente Dilma Rousseff. Embora existam focos de insatisfação, o PMDB está muito mais interessado em pressionar para obter mais espaços e alinhavar alianças estaduais em condições mais vantajosas do que romper efetivamente.
Nesta sexta-feira (31), no Rio de Janeiro, onde há uma crise provocada pela possível candidatura do PT ao Governo, através do senador Lyndemberg Farias, o atual governador, Sérgio Cabral (PMDB), afirmou que o apoio do partido à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) é “total e absoluto”. A declaração de Cabral foi dada durante a inauguração do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), no bairro Cidade Nova, com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
“Meu apoio à presidente Dilma é total e absoluto. Nosso governo está totalmente integrado. Não há semana que eu não fale com os ministros da presidente Dilma e com a própria Dilma. O resto é especulação”, ressaltou Cabral. O bom entrosamento foi confirmada pelo colunista Jorge Bastos Moreno, que flagrou a presidente Dilma em conversa com assessores, onde ela ressaltava a parceria que mantém com o governador do Rio. "A gente age em conjunto", teria dito a presidente.
Já no Congresso, os presidentes da Câmara (Henrique Alves) e do Senado (Renan Calheiros) reclamam da falta de interlocução do Governo. Acham que as ministras Ideli Salvatti e Gleise Hoffmann não fazem o diálogo suficiente. Na segunda-feira (3), os dois representantes do parlamento e o vice-presidente Michel Temer serão recebidos por Dilma.
De acordo com a coluna “Panorama Político”, assinada por Ilimar Franco, a premissa das conversas na próxima semana será “sem vitoriosos, sem vencidos”. Para melhorar a articulação da presidente Dilma com o Congresso, será feito esforço dos dois lados, informa o colunista do “O Globo”. “O Planalto negociará com antecedência o envio de projetos polêmicos e se abrirá mais ao diálogo. A interlocução permanecerá com as ministras Gleisi Hoffmann e Ideli Salvatti”, afirma.
Este é o primeiro passo para o armistício entre o Planalto e o PMDB, já que há outros focos de insatisfação. Nos Estados. Na Bahia, no Mato Grosso do Sul, no Rio Grande do Sul, em Rondônia, em Pernambuco e no Paraná são grande os riscos de que a chapa nacional seja contaminada pela montagem dos palanques estaduais. Nestes locais, os diretórios regionais já falam até em dar apoio a uma provável candidatura de Eduardo Campos (PSB).
“O discurso em favor do pernambucano passou a funcionar como ferramenta de pressão contra os petistas, com um único objetivo: obter condições mais favoráveis de negociação nos Estados”, informa reportagem do Estadão deste sábado.

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