quarta-feira, 8 de junho de 2011

Dilma incumbe Temer de coordenar plano de ações nas fronteiras

Maurício Savarese
Do UOL Notícias
Em Brasília
Em um esforço para dar aspecto de normalidade ao governo após a saída de seu principal assessor, Antonio Palocci, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (8) que lançou um Plano Estratégico de Fronteiras para cumprir um compromisso de campanha com a segurança pública. Também buscou afinamento com o vice Michel Temer, a quem fez elogios e confiou a tarefa de coordenar a iniciativa no âmbito da Presidência da República.
“Meu compromisso com esse programa é tão grande que escolhi meu vice-presidente para coordenar esse programa no governo”, disse Dilma. “É para que não haja por parte do governo nenhum processo de omissão para dar suporte a essa ação conjunta. É a própria Presidência que assume papel ativo no controle, na avaliação, fornecimento de instrumentos para que esse plano seja vitorioso.”
Pouco depois, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que Temer terá cada vez mais espaço porque é um homem “talentoso”. O vice é o principal líder do PMDB, partido da base que teve vários atritos com o PT de Dilma nos cinco primeiros meses de governo. No episódio da saída de Palocci, os peemedebistas bancavam a permanência do agora ex-ministro, enquanto petistas rifavam o colega de partido, acusado de multiplicar seu patrimônio nos últimos anos.
A presidente afirmou ainda que patrulhar as fronteiras é prioridade de seu governo. E que o trabalho unido de forças policiais e as forças armadas ajudarão a reprimir o crime em todo o país. “Até agora os dispositivos legais que permitiam essa ação conjunta não existiam, começaram a ser formatados em 2004. Isso permitiu que nós tenhamos nessa solenidade a possibilidade de criar um comitê de ação conjunta”, afirmou.
De acordo com o plano, que não divulgou números de verbas e de efetivos por questão de segurança, existem 34 pontos onde o crime mais atua nos mais de 16 mil quilômetros de divisa do Brasil com outros países e com o oceano. A iniciativa prevê o dobro de homens trabalhando na operação Sentinela, de patrulhamento de fronteiras, e blitze pontuais de impacto, na operação Ágata, coordenada pelo Ministério da Justiça.

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