Cientistas políticos dizem que morte de Campos pode impactar eleições
A morte de Eduardo Campos, candidato do PSB à Presidência da
República, pode mudar os rumos da corrida eleitoral. Nesta quarta-feira (13), o
político sofreu um acidente de avião na cidade de Santos, no litoral do estado de São Paulo. Diante do impacto e
comoção gerados pela notícia, o Jornal
do Brasil conversou com cientistas políticos para mapear quais os possíveis
impactos da morte de Campos em pleno período eleitoral.
Carlos Eduardo Martins é chefe do departamento de ciências políticas da UFF. Para ele, “o impacto vai se dar sobretudo em relação ao pleito presidencial com a saída de Campos e a ascensão da Marina. Ela é mais forte que o Campos era”. Martins definiu a chapa de Campos como “estranha”, uma vez que conta com “com uma vice mais forte que o presidente”.
De acordo com o cientista político, “Marina pode fortalecer a perspectiva de um segundo turno porque agrada muito mais determinados setores do que o próprio Campos”. Ele explica que “ela vem de uma tradição partidária mais frouxa, que permite a força de grandes grupos econômicos. Ela sai da estrutura política nacional, isso pode ser favorável”.
Sobre a possibilidade da tragédia favorecer Marina Silva, Martins considera como “possível”, mas reforça que “as eleições estão longínquas”. Ele reforça que Campos era um político de mais expressão regional do que nacional, ao contrário de Marina Silva. “O que aconteceu foi uma morte inesperada. Ele não era um mártir político, foi um acidente”, acrescenta.
Martins diz que Marina Silva é a candidata mais provável porque “o PSB não tem outro nome de mais importância”. Ele acredita que “a escolha do Campos em si foi forçada porque ele era um político regional” e que “a morte dele aumenta a disputa sobre quem vai ao segundo turno com a Dilma”. O cientista político finaliza dizendo que, “Marina ameaça a candidatura do Aécio, que está lidando com escândalos e tem uma carga de ‘velho político. Mas ainda está muito cedo, temos que aguardar os desdobramentos”.
O cientista político da UFF, Ari de Abreu Silva, se disse “extremamente chocado” com a notícia da morte de Campos. Para ele, o político representava uma “candidatura alternativa para o eleitorado brasileiro”. Ari diz que ainda é cedo para saber o que vai acontecer, mas que é possível dizer que haverá impactos. “É difícil dar um prognóstico em relação ao comportamento do eleitor, se essa tragédia atrai votos ou se quem votaria em Campos irá se dirigir para outras chapas. Vamos ter que esperar as respostas dos partidos. Ainda não é possível afirmar nada”, analisa Ari.
Para o cientista político da UFF, Marcus Ianoni, “pode haver um impacto na campanha por se tratar de um candidato que estava em 3º lugar, em ascensão, e na medida que o horário eleitoral começasse, poderia ascender”. Ianoni esclarece que ainda é cedo para afirmar qualquer coisa e que os impactos estão apenas sendo pensados. “É uma tragédia da política brasileira pela morte inesperada de uma liderança, então, deve ter impacto na campanha”, diz.
O cientista reforça que “a questão agora é quem irá substituir Eduardo Campos na disputa eleitoral” e explica: “Não sei até que ponto a Marina tem condições de assumir e até que ponto o PSB está disposto a passar a cabeça da chapa para a Marina”. Segundo ele, a morte de Campos “pode tanto favorecer o Aécio e a Dilma como a Marina, se ela vier como candidata. Ou seja, pode haver uma migração de votos do Eduardo Campos para os dois primeiros ou pode favorecer a terceira via, se ela se apresentar como uma resposta positiva”. Para Ianoni, a “resposta positiva” seria Marina Silva assumir “porque ela teve 20 milhões de votos em 2010, já tinha experiência de se candidatar à presidência com uma boa votação. Se o PSB aceitar e a Marina puder concorrer, a campanha vai ser favorecida em função da tragédia, do desgaste dos outros partidos e dos seus 20 milhões de votos em outra ocasião”.
Outro ponto analisado pelo cientista político é a paralisação de três dias, decretada pelos demais candidatos ao pleito presidencial. Nesse período não haverá campanha e isso pode, de certa forma, impactar as eleições. Além disso, “pode acontecer uma repercussão de crescimento de campanha, pela comoção do eleitorado". E finaliza, "isso os próximos dias vão nos mostrar”.
* Do Programa de Estágio do Jornal do Brasil
Carlos Eduardo Martins é chefe do departamento de ciências políticas da UFF. Para ele, “o impacto vai se dar sobretudo em relação ao pleito presidencial com a saída de Campos e a ascensão da Marina. Ela é mais forte que o Campos era”. Martins definiu a chapa de Campos como “estranha”, uma vez que conta com “com uma vice mais forte que o presidente”.
De acordo com o cientista político, “Marina pode fortalecer a perspectiva de um segundo turno porque agrada muito mais determinados setores do que o próprio Campos”. Ele explica que “ela vem de uma tradição partidária mais frouxa, que permite a força de grandes grupos econômicos. Ela sai da estrutura política nacional, isso pode ser favorável”.
Sobre a possibilidade da tragédia favorecer Marina Silva, Martins considera como “possível”, mas reforça que “as eleições estão longínquas”. Ele reforça que Campos era um político de mais expressão regional do que nacional, ao contrário de Marina Silva. “O que aconteceu foi uma morte inesperada. Ele não era um mártir político, foi um acidente”, acrescenta.
Martins diz que Marina Silva é a candidata mais provável porque “o PSB não tem outro nome de mais importância”. Ele acredita que “a escolha do Campos em si foi forçada porque ele era um político regional” e que “a morte dele aumenta a disputa sobre quem vai ao segundo turno com a Dilma”. O cientista político finaliza dizendo que, “Marina ameaça a candidatura do Aécio, que está lidando com escândalos e tem uma carga de ‘velho político. Mas ainda está muito cedo, temos que aguardar os desdobramentos”.
O cientista político da UFF, Ari de Abreu Silva, se disse “extremamente chocado” com a notícia da morte de Campos. Para ele, o político representava uma “candidatura alternativa para o eleitorado brasileiro”. Ari diz que ainda é cedo para saber o que vai acontecer, mas que é possível dizer que haverá impactos. “É difícil dar um prognóstico em relação ao comportamento do eleitor, se essa tragédia atrai votos ou se quem votaria em Campos irá se dirigir para outras chapas. Vamos ter que esperar as respostas dos partidos. Ainda não é possível afirmar nada”, analisa Ari.
Para o cientista político da UFF, Marcus Ianoni, “pode haver um impacto na campanha por se tratar de um candidato que estava em 3º lugar, em ascensão, e na medida que o horário eleitoral começasse, poderia ascender”. Ianoni esclarece que ainda é cedo para afirmar qualquer coisa e que os impactos estão apenas sendo pensados. “É uma tragédia da política brasileira pela morte inesperada de uma liderança, então, deve ter impacto na campanha”, diz.
O cientista reforça que “a questão agora é quem irá substituir Eduardo Campos na disputa eleitoral” e explica: “Não sei até que ponto a Marina tem condições de assumir e até que ponto o PSB está disposto a passar a cabeça da chapa para a Marina”. Segundo ele, a morte de Campos “pode tanto favorecer o Aécio e a Dilma como a Marina, se ela vier como candidata. Ou seja, pode haver uma migração de votos do Eduardo Campos para os dois primeiros ou pode favorecer a terceira via, se ela se apresentar como uma resposta positiva”. Para Ianoni, a “resposta positiva” seria Marina Silva assumir “porque ela teve 20 milhões de votos em 2010, já tinha experiência de se candidatar à presidência com uma boa votação. Se o PSB aceitar e a Marina puder concorrer, a campanha vai ser favorecida em função da tragédia, do desgaste dos outros partidos e dos seus 20 milhões de votos em outra ocasião”.
Outro ponto analisado pelo cientista político é a paralisação de três dias, decretada pelos demais candidatos ao pleito presidencial. Nesse período não haverá campanha e isso pode, de certa forma, impactar as eleições. Além disso, “pode acontecer uma repercussão de crescimento de campanha, pela comoção do eleitorado". E finaliza, "isso os próximos dias vão nos mostrar”.
* Do Programa de Estágio do Jornal do Brasil