quinta-feira, 30 de maio de 2013

Corpus Christi em Niterói com símbolos da Jornada da Juventude

 Por: Suzana Moura 29/05/2013

Celebração contará com a Cruz Peregrina e Símbolo de Nossa Senhora, ícones da JMJ. Cruz é instalada em terreno da Nova Catedral, no Caminho Niemeyer. Tapetes são montados



O tradicional tapete de Corpus Christi em Niterói terá uma novidade este ano. A bênção final acontecerá no terreno da Nova Catedral, no Caminho Niemeyer, atrás do Terminal Rodoviário, onde uma cruz de 12 metros de altura – marco da obra –, foi colocada às margens da Baía de Guanabara.
“A colocação da cruz é o pontapé inicial físico para este grande empreendimento. O objetivo é trazer a comunidade para o projeto da catedral. É como se fosse uma bênção para o terreno”, conta Adriano Carneiro, responsável pelo planejamento estratégico da obra.
A festa de Corpus Christi tem por objetivo celebrar solenemente o mistério da Eucaristia - o Sacramento do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo. Segundo o Padre Marcelo Chelles, vigário episcopal para a Região de Niterói, será um momento muito propício para conceder a bênção divina. “O projeto da Nova Catedral é divino. A bênção trará para todos uma grande graça”, afirmou o sacerdote.
Os tapetes começarão a ser confeccionados às 7h desta quinta-feira na Avenida Ernani do Amaral Peixoto e se encerrará por volta das 12h. Desde cedo o evento é aberto à visitação do público. Serão 100 tapetes de 6 metros por 3,50 metros e um especial com a medida de 9 metros por 6 metros. Os produtos para composição são dos mais variados como sal, serragem, chapinhas e materiais alternativos.
Por causa da colocação do tapete e procissão, o trânsito no Centro sofrerá mudanças. Das 6h até as 20h, o tráfego de veículos fica proibido na Amaral Peixoto no trecho entre a Rua Evaristo da Veiga e Avenida Visconde do Rio Branco. Parte da Rua Visconde de Sepetiba também terá circulação de carros proibida. A interdição na via acontece no trecho da Rua Conceição e a Coronel Gomes Machado.
No quarteirão seguinte, a Rua Luiz Leopoldo Fernandes Pinheiro tem o trânsito impedido entre as ruas da Conceição e Coronel Gomes Machado. Ônibus que têm trajeto pela Amaral Peixoto serão desviados para outras vias.
Ainda em Niterói, esse ano a atividade terá como tema: Eucaristia e Missão, e um tapete especial foi criado com a logomarca da Nova Catedral. Mais de 1,5 mil pessoas, distribuídas entre 35 comunidades paroquiais e movimentos da igreja, ajudaram na obra, além de voluntários.
Às 15h acontecerá um show para recepção dos Símbolos da Jornada Mundial da Juventude, a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora, que estão peregrinando pela Arquidiocese de Niterói. A Santa Missa acontece às 16h, seguida de procissão que levará os fiéis até o terreno da Catedral.
São Gonçalo – Tradicionalmente, em São Gonçalo, é confeccionado o maior tapete da América Latina, e este ano contará com a presença da Cruz Peregrina e do Ícone de Nossa Senhora, símbolos da Jornada Mundial da Juventude, que estão na cidade desde a noite desta quarta-feira.
Considerado um dos mais importantes eventos turísticos e de fé do País, a montagem dos tapetes em São Gonçalo deve chegar a dois quilômetros de extensão. A previsão da Arquidiocese é que sejam utilizados 2 mil quilos de sacos de serragem, inúmeros tubos de xadrez, além de 50 toneladas de sal grosso na realização de 240 tapetes.
Uma missa campal acontecerá também na quinta-feira na Igreja Matriz de São Gonçalo do Amarante, às 8 horas, com o Arcebispo de Niterói, Dom José Francisco, seguida de procissão. Terminada a celebração, os fiéis seguem em procissão passando por cima dos tapetes pelas ruas Coronel Moreira Cesar, Feliciano Sodré e Nilo Peçanha, onde haverá a bênção do Santíssimo Sacramento. Mais de cinquenta padres, de diversas comunidades, acompanharão o cortejo.
Trânsito- Para a montagem dos tapetes e depois procissão, o trânsito também sofreu algumas alterações. Por conta do cortejo, motoristas que vierem do Barro Vermelho (via Doutor March) e do Paraíso rumo ao Centro vão precisar mudar seus trajetos. A orientação é que utilizem a Rua Doutor Nilo Peçanha ou a Avenida Presidente Kennedy. O estacionamento de veículos fica proibido nas ruas João de Sousa e General Antônio Rodrigues. O tráfego na região voltará ao normal a partir 13h.
As comemorações vão contar ainda com profissionais das equipes do Programa Saúde da Família (PSF), a partir das 7h, que irão prestar assistência médica e de enfermagem no local, em três tendas ao longo do percurso e uma ambulância da Samu.

O FLUMINENSE

terça-feira, 28 de maio de 2013

IBGE: Desemprego fica estável e chega a 5,8% em abril

O desemprego em abril chegou a 5,8% (1,4 milhão de pessoas) nas seis regiões metropolitanas investigadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Pesquisa Mensal de Emprego, divulgada hoje (23) aponta que houve estabilidade tanto em relação a março (5,7%) quanto a abril do ano passado (6%).
A população ocupada (22,906 milhões de pessoas) também não se alterou significativamente nas duas comparações. O número de trabalhadores com Carteira de Trabalho assinada no setor privado ficou praticamente estável (11,452 milhões de pessoas), ao registrar alta de 0,1% em relação a março passado. Em comparação com abril de 2012, o crescimento alcançou 3,1% – mais 342 mil postos de trabalho com carteira assinada em um ano.
Ainda segundo o IBGE, o rendimento médio real habitual dos trabalhadores (R$ 1.862,40) manteve-se sem variação significativa (-0,2%) na comparação com março e cresceu 1,6% na comparação com abril de 2012.
Já a massa de rendimento médio real habitual dos ocupados (R$ 43 bilhões) não variou em abril e, na comparação com março, cresceu 2,4% em relação a abril do ano passado.
A Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE é feita nas regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Emenda destina 50% dos royalties do petróleo para educação integral

O deputado federal Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) apresentou nesta terça-feira (21) uma emenda ao Projeto de Lei 5500/2013, sobre o financiamento e Justiça da Câmara dos Deputados, a proposta tem como objetivo atendda educação, em que defende a aplicação de 50% dos recursos provenientes dos royalties do petróleo e do retorno sobre o Fundo Social para a implantação de educação básica pública e em tempo integral.

Segundo o pedetista, que é membro titular da Comissão de Constituição er pelo menos 30% dos estudantes da educação básica até 2018 e a totalidade deles até 2023.

"As riquezas provenientes dos royalties do petróleo devem ser aplicadas na maior riqueza do nosso País, o nosso povo. Graças ao Pré-Sal, podemos assegurar uma transformação social com a concentração total dos seus royalties na educação", defendeu Félix Júnior.

O PL 5500/2013 está pronto para ser votado pelo Plenário.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Avião faz um pouso forçado em Londres, após fogo nos motores

O avião da British Airways que tinha acabado de decolar de Londres para Oslo, na Noruega, precisou voltar. Um passageiro gravou imagens.


Um avião da British Airways que tinha acabado de decolar de Londres para Oslo, na Noruega, precisou voltar e fazer um pouso de emergência.
Um dos motores começou a soltar fumaça. Um passageiro gravou imagens da turbina defeituosa do Airbus A319.
Ninguém se feriu. Mas o fechamento do aeroporto de Heathrow por horas provocou muitos transtornos.

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quinta-feira, 23 de maio de 2013

Entidades querem manter o programa A Voz do Brasil no horário das 19h

A manutenção do programa A Voz do Brasil às 19h, horário de Brasília, foi defendida por várias entidades da sociedade civil organizada que participaram nesta segunda-feira (20) de uma audiência pública na Comissão de Diretos Humanos (CDH) do Senado sobre o tema.
A flexibilização da veiculação do horário do programa entre as 19h e as 22h está proposta no Projeto de Lei (PLC) 109/2006, que já foi aprovado pela Câmara. No Senado, a proposta também foi aprovada, mas como alterou o texto original, voltou para análise dos deputados.
Declaradamente contrária a qualquer mudança de horário do programa, a presidenta da CDH, senadora Ana Rita (PT-ES), disse que a proposta é “uma forma disfarçada de relegar ao segundo plano A Voz do Brasil”.
Já o representante do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, José Sóter, disse que o horário do programa já é um hábito cultural e que a manutenção do costume é fundamental para não se perder os 39% de audiência que o programa hoje tem entre os brasileiros, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste do país.
Também a favor da manutenção do horário, o secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal, Jonas Valente, destacou o alcance do programa em todos os municípios brasileiros, especialmente nas áreas rurais, onde o acesso à informação por comunidades carentes é mais difícil.
Segundo ele, a questão do horário não pode ser vista como uma questão menor, já que a exibição em horário mais avançado excluiria da audiência os trabalhadores do campo, que acordam ainda de madrugada para trabalhar e que, por isso, dormem mais cedo. “Jogar o A Voz do Brasil para as 10 horas [da noite] é inviabilizar a fruição” destacou.
Apesar de dizer que a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), não é contra a obrigatoriedade de exibição de A Voz do Brasil, o conselheiro da entidade, Alexandre Jobim, foi o único a defender a flexibilização do horário do programa.
Sob o argumento de queda na audiência e prejuízos que as emissoras têm ao ter de interromper a programação para transmitir A Voz do Brasil, a Abert defendeu que as rádios possam escolher um horário entre as 19h e as 22h.
No dia 22 de julho, A Voz do Brasil completa 78 anos no ar. Segundo pesquisa encomendada em 2010 pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, 50,9% das pessoas que concordam com a obrigatoriedade do programa preferem o horário de 19h. A pesquisa levou em conta uma amostra de 12 mil domicílios brasileiros.
O programa A Voz do Brasil tem uma hora de duração. Os primeiros 25 minutos são produzidos pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e levam aos cidadãos as notícias sobre o Poder Executivo. Os 35 minutos restantes são divididos entre os Poderes Judiciário e Legislativo, que se responsabilizam pela produção do respectivo noticiário.
De acordo com o texto aprovado no plenário do Senado, A Voz do Brasil poderá ser transmitida pelas emissoras comerciais entre as 19h e 22h. Elas, contudo, estão obrigadas a fazer chamadas para o programa no horário das 19h.
As rádios educativas e públicas continuam obrigadas a transmitir A Voz do Brasil às 19h. No caso das rádios públicas, elas podem alterar o horário de transmissão, até as 22h, quando estiverem transmitindo sessões plenárias dos órgãos aos quais pertencem. O Poder Executivo ainda poderá regulamentar a dispensa total de as rádios colocarem o programa no ar em casos excepcionais, como a transmissão da Copa do Mundo de Futebol.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Videoentrevista com André Menegotto: Cuba e integração

O economista André Menegotto, secretário nacional em exercício do PDT, representou o partido na reunião que o Foro de São Paulo realizou em Cuba para analisar a integração e os avanços sociais promovidos pelos governos progressistas da América Latina. Pouco depois, FC Leite Filho, do Café na Política e da TV Cidade Livre de Brasília, Canal 8 da NET, esteve em Havana e Varadero como convidado da Feira Internacional de Turismo, com a presença de 57 países.
Os dois conversam nesta videoentrevista sobre a nova Cuba, com suas reformas econômicas, e a nova América Latina revitalizada pelas políticas públicas desencadeadas pelos vários governos populares que propiciaram reformas educacionais, trabalhistas e de inclusão social, que se distanciam cada vez mais do panorama recessivo da velha Europa. Menegotto ainda falou sobre a preparação do PDT para os novos desafios de estabelecer-se como o sexto maior partido do país e as eleições presidenciais, parlamentares e de governadores do próximo 2014.
Clique aqui para o vídeo 1a. parte - 2a. parte

domingo, 19 de maio de 2013

Exumação faz São Borja (RS) reviver o mito de Jango

A Fronteira gaúcha, de tantas paixões e mistérios, discute desde a semana passada uma questão que emergiu das brumas do passado. De que, afinal, morreu João Goulart, o são-borjense que foi ministro, presidente da República, acabou deposto num golpe militar e faleceu no exílio, voltando ao Brasil só depois de morto? Assassinado? Ou doente, vítima de seu coração fraco e de sua mágoa pelas amarguras do desterro?
Entre os jovens conterrâneos que acompanham política e já ouviram falar desse fazendeiro-ícone da esquerda brasileira, é grande o ceticismo. A hipótese de morte premeditada soa como mirabolante a muitos deles, uma verdadeira teoria da conspiração. Ela pode ser confirmada (ou desmentida) a partir da exumação do corpo de Jango, decidida pelo governo brasileiro na semana passada e prevista para ocorrer ainda este ano.
Já entre os velhos campeiros fronteiriços, gente que conviveu com Jango nas estâncias e comícios, que contrabandeou dinheiro para ele sobreviver no Uruguai e Argentina, é enorme a convicção de que o líder civil deposto pelos militares foi morto num complô armado pelas Forças Armadas dos países do Cone Sul.

Vídeo: morte por homicídio ou por causas naturais?

É o caso dos amigos Luthero Fagundes e Artur Dornelles, que conviveram com Jango nas horas boas e difíceis. Luthero, que tem 88 anos e foi contador e administrador dos bens do ex-presidente, é janguista, mas não é brizolista – acha que Leonel Brizola, cunhado de Jango, contribuiu com extremismos para que seus desafetos criassem condições de um golpe militar. Já Dornelles, 74 anos, tem a parede da sala decorada com retratos de Jango (em maior número) e Brizola, a quem também admirava. Chegou a montar uma espécie de relicário só com fotos do ex-presidente.
Pois mesmo com essa ligeira divergência quanto aos rumos do trabalhismo, a dupla comunga da mesma crença: militares uruguaios, argentinos e brasileiros se uniram para neutralizar as lideranças civis da América do Sul.
Mortes de JK e Lacerda alimentam suspeitas
Luthero lembra que Jango morreu em dezembro de 1976, supostamente de ataque cardíaco, no mesmo ano em que militares derrubaram a presidente argentina Isabelita Perón. Em agosto daquele ano, morreu num acidente misterioso o ex-presidente brasileiro Juscelino Kubitschek. Em março de 1977, morreu Carlos Lacerda, ex-governador da Guanabara, de problemas no coração, como Jango. Os três ex-mandatários tinham superado divergências e criado uma Frente Ampla propondo a restauração do regime democrático no Brasil.
— Não existe coincidência nesse desaparecimento de presidentes. Os militares argentinos estiveram no hotel Alvear, centro de Buenos Aires, em novembro de 76 e avisaram ao Jango, que morava ali: o senhor tem de ir embora. Ele não obedeceu e morreu um mês depois — sentencia Luthero, que levava dinheiro e documentos a Jango na Argentina.
Luthero e Dornelles lembram que os janguistas eram vigiados em tudo: casamentos, batizados, no serviço. Por isso, cultivam uma suspeita avassaladora, o assassinato — mesmo passados 36 anos da morte que comoveu o Brasil e deu a São Borja um dos maiores funerais da sua história.
Umidade pode ter prejudicado
— Recordo como se fosse hoje. Eu, guri de 14 anos, empoleirado numa árvore para ver o caixão do Jango desfilar, num cortejo que dava três voltas no cemitério — descreve o vereador Eldomir Marchezan, do PR de São Borja, que tenta aprovar um projeto encarregando o Exército de guarnecer o túmulo de João Goulart contra saques.
Eldomir, 50 anos, é dos que têm muitas dúvidas. Para ele, assassinato é apenas uma possibilidade. Afinal, Jango era chegado numa carne gorda e num uísque, já tivera infarto.
A secretária municipal de Turismo de São Borja, Leocádia Guerreiro, também não tem convicções firmadas. Está sob sua jurisdição o Museu João Goulart, criado na casa onde Jango viveu e que recebe em média 600 visitantes por mês. Gente que vem de lugares distantes como Goiás ou Argentina e se delicia com a profusão de fotos, roupas e adornos do ex-presidente expostos nas paredes do casarão no centro da cidade fronteiriça:
— Não tenho opinião formada, mas, para acabar a dúvida, só exumando.
Exames é o que defende um dos netos mais atuantes de Jango, Christopher Goulart, suplente de vereador pelo PDT em Porto Alegre:
— Indícios de envenenamento existem, mas não sabemos se há condições de provar assassinato.
A exumação vai ocorrer no Cemitério Jardim da Paz, construído sobre um antigo banhado - o que, talvez, prejudique a coleta de provas, já que infiltrações podem ter ocorrido por baixo da sepultura. O corpo de João Goulart está no jazigo construído por seu pai, o "coronel" Vicente Goulart. Ali também estão os restos mortais da irmã de Jango, Neusa, e do cunhado, o ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, Leonel Brizola. Flores murchas emolduram o túmulo, deixadas por uma legião de fãs que teima em não desaparecer.
A versão do espião uruguaio
A tese de que Jango foi assassinado ganhou força quando um ex-espião do governo militar uruguaio, Mário Neira Barreiro, gravou depoimentos afirmando isso. Ele foi preso em Porto Alegre, por assalto a banco e tráfico de armas.
Sob o codinome Tenente Tamuz, Neira integrou o grupo Gama, unidade paramilitar de apoio ao serviço de inteligência uruguaio. Ele afirma ter vigiado 24 horas por dia Jango, de 1973 até o dia da sua morte. Disse isso em depoimentos a comissões parlamentares e em entrevistas.
Neira nega ter assassinado Jango, mas afirma que seus colegas o fizeram. Teriam colocado um produto que causa hipertensão em meio ao frasco de vasodilatadores que Jango tomava para prevenir infarto. As pílulas da morte seriam comprimidos de potássio e um cloreto desidratado num esterilizador. A mistura teria sido feita por um médico no hotel em que Jango morava, de tal forma que provocou o infarto fatal. Esse médico teria sido morto pelos militares, como queima de arquivo. Neira diz que o assassinato foi tramado pelo temido delegado Sérgio Fleury, do Dops de São Paulo.
Neira cumpriu pena e, desde janeiro, está em liberdade condicional, residindo em Gravataí. A Comissão da Verdade tenta localizá-lo, para ser ouvido mais uma vez.
ENTREVISTA - Odil Rubim Pereira, médico que preparou o cadáver de Jango para o funeral
“O presidente temia muito um atentado”
Um forte calor emanava do Rio Uruguai naquele 7 de dezembro de 1976, sufocando São Borja, quando o médico Odil Rubim Pereira foi chamado pelo telefone para uma missão delicada. Foi de supetão, como é usual no seu ofício, que soube da morte do conterrâneo e amigo João Goulart. O duro é que foi convocado para preparar o corpo para o funeral, já que era necessário aguardar a chegada dos filhos de Jango, João Vicente e Denize, que estavam na Europa.
Passadas mais de três décadas, Odil, 68 anos, relata aqui sua triste missão e conta que ouviu da própria boca de Jango: ele temia ser assassinado. Confira a entrevista, feita sexta-feira no consultório do médico, no centro de São Borja:
Zero Hora – De onde o senhor conhecia o Jango?
Odil Rubim Pereira – Meu pai tinha propriedade vizinha à dele, partilhava das ideias dele. Cansei de ver o Jango lidando no gado, junto com os peões. Quando adulto, ganhei coragem e pedi emprego. Com auxílio dele, fui nomeado para a Caixa Econômica Federal. Quando fazia exames médicos, veio o golpe de 64 e perdi o serviço, a nomeação foi anulada. Mas a amizade continuou. Visitei ele algumas vezes no Uruguai.
ZH – Como foi no dia do sepultamento?
Odil – Apesar de ginecologista, fui chamado, porque a família exigia um médico conhecido e de confiança. Fui. Coloquei algodões e gaze nos orifícios, o que retardou um pouco o processo de deterioração, o suficiente para a chegada dos filhos do Jango. Não tenho condições de dizer se havia algo anormal no corpo. Ele foi sepultado dois dias após a morte.
ZH – O senhor acha que a exumação do corpo pode revelar algum envenenamento?
Odil – Minha esperança é de que essas gazes e algodões que coloquei ali contenham algum material para exame genético. Quanto ao veneno, depende do tipo. Alguns não deixam rastro possível de detecção.
ZH – Qual sua opinião? Jango foi assassinado?
Odil – Acho bem provável. O clima era de paranoia, endurecimento das ditaduras. Em 1969, visitei Jango em Montevidéu. O presidente me disse que temia muito um atentado, contra ele e contra Brizola. Achou que o golpe fosse momentâneo, mas, naquela visita, se mostrou convencido de que essa gente de farda chegara para ficar muito tempo. E ficaram.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Ministro da Justiça diz que Brasil não pode mudar maioridade penal

15/05/2013 - 15h07
Karine Melo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta quarta-feira (15) que qualquer tentativa de alteração da maioridade penal é inconstitucional. Segundo ele, esta é uma cláusula pétrea da Constituição e, portanto, não pode ser alterada.
“Mesmo que a questão jurídica fosse superada, você colocar um adolescente preso com adultos só vai agravar o problema. Só vai servir para organizações criminosas captarem gente”, disse. Como alternativa, o ministro defendeu a discussão de outras medidas como, por exemplo, o agravamento da pena para quem usar menores em ações criminosas.
Durante audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça do Senado,o ministro fez críticas ao sistema penitenciário. “As condições do sistema prisional brasileiro são péssimas. As organizações criminosas nascem dentro dos presídios”, disse. O ministro defendeu a aplicação de penas alternativas para crimes menores. “O modelo atual não só não recupera como deixa a pessoa pronta para praticar delitos ainda maiores”.
As cláusulas pétreas são limitações ao poder de reforma da Constituição. No caso brasileiro, o Artigo 60 diz que “A Constituição poderá ser emendada mediante proposta”, mas “não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: a forma federativa de Estado; o voto direto, secreto, universal e periódico; a separação dos Poderes e os direitos e garantias individuais.

Edição: Beto Coura
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quarta-feira, 8 de maio de 2013


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(Edson Nogueira Paim escreveu)